Divã

Vou negar esta lágrima salgada,

Partindo desta casa sem ser dono.

Pertenço a outra linha de abandono,

Diferente em vertigem na alvorada.

Tudo aquilo esquecido noutro dia,

Só lembra o fato estático do adeus.

E embora esteja lúcido em Deus,

Todo o mundo é descrente em demasia.

Negarei os meus versos cor de sangue,

Que estanco em fundo corte de censura.

Se nada aqui se atenta em minha cura,

Eis que imploro perdão mesmo que zangue.

No sal de minha lágrima escondida,

Vou deixar um singelo tom de vida.