NAU PERDIDA
Peito meu um fraco embusteiro
Pelo mar das paixões sem cautela
Numa tempestade o vil trapaceiro
No jogo ondulado do ódio a querela.
Mudança de rumo no barco inteiro
Na fuga tenaz de uma árdua procela
Busca ilhas perdidas no seu veleiro
Lá no lugar onde o sol brilha na capela.
Não te faças de santo na tênue primazia
Na noite espantosa da treva sem paz
Na luz ausente que não me alumia.
Na fuga sem agulha, sem fanal, um capaz
Homem um dia verá a luta tocar o mordaz
Com a mão do Diabo que aqui serpenteia.
DR DMITRI