PIPAS DE PAPEL

Recordo-me ainda alados brinquedos,

Construídos pela minha própria mão,

Que, soltos aos ventos, tinham por função,

Voejar bem alto, presos aos meus dedos.

Pipas de papel no céu da ilusão,

A levar da infância meus doces segredos;

Coração tão puro, vencendo seus medos,

Também voejando na imensidão...

E até minh’alma também flutuava,

Forçando o barbante que eu segurava,

Como se buscasse outra dimensão...

Mas hoje, eu aqui, nos meus sobressaltos,

Tentando empinar meus sonhos mais altos,

Percebo que nunca saímos no chão.

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 28/11/2017
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