A pena e o vento

Quando existe brisa, segue sorrindo a pena
Sabe da efemeridade dessa condição
Porquanto, sustentação assim tão pequena
Não passa de um qualquer mísero senão.

Há nessa relação alguma lição a tirar
Um ser que só “vive” se um outro existir
Pode uma vida desse jeito pendular
Transitar deste presente para o porvir ?

A pena, de Éolo é mera parasita
Nada lhe oferece e suga-lhe sustento
Como que nele sua vida deposita.

Então, entender essa pena eu até tento:
Será que vale viver sempre essa desdita
Só depender da boa vontade do vento?
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 12/12/2017
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