A MUSA DECADENTE
A musa de ar decadente como nas furnas
De olhos garços nas alegorias do fado
Vejo-a com seu rosto entristecido ao lado
A mania e a tortura são frígidas e taciturnas.
E o amante róseo ou o lacaio esverdeado
Investido com medo no véu das urnas
O assassino mau, e o mítico nas noturnas
Águas do inferno sóbrio de um condenado.
Quimera triste vertendo o terror constante
O pensamento no aforismo numismático
No sangue hercúleo e pagão do instante.
As velhas górgonas e um matemático
Quando reinavam no Caronte pedante
E o grande Hades da maldade errante.
DR DMITRI