Tenho em mim uma profunda repugnância

Tenho em mim uma profunda repugnância

Tal malfadado de mecânica nefasta

A podridão nos consome em essência gasta

Tal uma sombra desejo esta substância

A opulência da forma que desgasta

É de mim que escorrem em abundância

A bacteriologia antropófaga em ânsia

E só falar da morte não me basta

No horror de meu humano invólucro

Vou praguejando ansiando o meu sepulcro

Para me unir pra sempre a negra horta

E ao despencar nos humos dos subterrâneos

Terei minha paz em um jardim de crânios

E descansar perpétuo em carcaças mortas

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 04/02/2018
Reeditado em 12/01/2019
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