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O CASO [782]
 
 
Não há senões por que me não lembrar
dos casos na quitanda de meu pai,
num tempo que dos meus botões não sai,
por causa do balcão que vou contar.
 
Lá, do balcão, um flerte não se esvai.
Oh, não, jamais!... Eu, dele me olvidar?
Pois de um xodó a juba irei guardar,
e amor da adolescência não se trai.
 
A diva civilmente não devia
meter-se e me ficar de nhenhenhéns,
mas nela eu me esbaldava em poesia.
 
E a madama, afinal, caiu à sopa:
entrou-me às falas, quis os meus améns,
e o caso nos sorriu de vento em popa.


. Fort., 06/02/2018.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 06/02/2018
Código do texto: T6246609
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