Despedida

Sempre haverá desgastes numa partida,
os olhos marejam, também a alma adoece;
pois aquele que fica, essa dor não merece
e quem segue lamenta a triste despedida.

Separação semelha a saudade estendida,
e cura não há, mas suscita alguma prece;
espécie de limbo transcendente parece,
contudo, nada a fazer, faz parte da vida.

Despedir-se é assumir alguma perda, pois,
deixar de realizar esconso desejo,
então, no limbo dos vates carentes, jazer.

Porquanto essa ruptura precipita os dois;
na perambeira que fundo não tem nem vejo,
que, sabe-se, no peito não há de caber.
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 27/02/2018
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