Como um cadáver

A ilusão que habita a matéria

Entorpecendo a massa em falsa graça

Pondo a esperança em meio a fumaça

Tal rei que se gloria da miséria

Em minha vocação para a desgraça

Oferto a minha carcaça as bactérias

Almejo o romper de minhas artérias

E pendurar de vez a minha carcaça

Viver em vão, a margem da má sorte

Ter sonhos no intervalo para a morte

O tolo valoriza a sua ilusão

Mas eu sabendo que estou morrendo

Vivo como se já estivesse apodrecendo

Tal um cadáver há sete palmos do chão

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 24/03/2018
Reeditado em 24/03/2018
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