Querido, o Sol recai sutil sem glória

E finda o prazo breve em alto inverno,

As brisas mais geladas têm vitória

Em folhas rubras sobre o seco inferno...

Na vila jorram chuvas e alvas flores

Os meses quentes deste ciclo puro;

Os anos tecem várias outras cores

Roubando em todos nós frescor futuro...

Monarcas descem, nascem grandes guerras,

O mundo passa e corre só perdido;

Inventam coisas, acham novas terras,

A vida muda e segue assim, querido...

No teu espelho, o tempo nunca mente

O rosto insiste em ser adolescente.