Soneto para Samara
Vês? É essa tristeza que te mobiliza, que te para
Quando para o nada olha, ou mesmo para o tudo
Sente no peito, a esperança, num grito mudo
E no último volume, a desilusão estampada na tua cara.
Mesmo outros, que aqui se faz, não se compara
Falsas ilusões, presas na garganta, saltando feito rãs
Sendo superadas, confortavelmente de divã em divãs
Ainda assim, sozinha no teu quarto, tua tristeza dispara.
E você fica perdida, nas maneiras de acalmar
Um peito furioso, que talvez almeja amar
Tão forte, que o exagero e desespero te encara.
E de todos os males, conforto-te com um menor,
Não te preocupas, pois esse tal amor
Um dia ainda ovacionará teu nome: Samara!