SONETO DE SEMPRE AO GRANDE AMOR 
                                                  a minha Maria
Musa o mundo fulgura translumbrado,
lumes vivos traspassam já vagando,
vagalumes que estão no olhar chamando
toques ternos em sumo  eternizado.

Alvoroço estremece o beijo dado
e se crido, num só desenho alando,
deixa louco o instante e nele achando
muitos porquês do espasmo concentrado.

Rudes olhos eu tinha antes de vê-la
tal qual vela de luz que inteira ajunta
modo e marcas, caminhos sem estrela.

Num quê em quase magia a tal pergunta:
como ter estes olhos e querê-la
e fazer dela a prece mais conjunta?