Dicotomia

Símbolo     da    dualidade:    preto   e    branco
sem  que no entremeio qualquer cinzento exista;
portanto, bem com o mal num contraste franco,
pois um,  daquele  outro,  um  continente  dista.

Sequer esqueçamos do bonito e do feio,
os quais definem o que se gosta ou não;
contudo  existe  um  universo  no  meio
de  todos  que  não feios ou bonitos são.

Porquanto  existe  um  céu  e inferno também,
eis que, cada qual deles com seu próprio efeito;
mas  ambos   desta  vida   muito,  muito   além
tão   distante   que,   por  acaso,  até  suspeito.

Então uma tal dúvida muito atroz advém,
então, natura/homine, não tem mais jeito?


Belíssima interação do grande poeta EDBAR:
Claro/escuro

Ao ver o universo ao longe, a olho nu
Cromo negro e pontos apenas brilhantes
A dicotomia clara e sem atenuantes
Brindou com a certeza, fosse norte ou sul

Mas desde que as lentes de aproximação.
Postas invertidas, côncavas, nos chegou
Atendendo ao que ao homem inquietou
Viu-se mais que duas opostas versões

E tal como a terra, tão perto mostrou
Seus milhões de tons, sua coloração
Nos astros do espaço houve-se o padrão

 É mesmo incontável e livre a criação
Cujo homem é parte sem contestação
E não quem define o que nem conquistou.
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 27/06/2018
Reeditado em 11/07/2018
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