Soneto em stand by

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Porque não sei ser tépida às vezes peso a mão.

E comprimo as letras dos versos continuamente

Provoco sulcos, rasgo o poema constantemente.

Colho o caldo que vai do medo à expiação.

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Por abominar meias palavras, trafego assaz.

Exonerando o meio termo, arrisco-me transpor.

Ainda que sangre, mesmo que fira, e traga a dor.

Quero o verso inflamado, emocionado e vivaz.

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Porque parir letra é em mar indômito navegar

É às vezes admitir na transparente melancolia

Esse gosto de nada salivando minha poesia...

Por vezes da própria rebeldia, o amargor saborear.

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Enquanto a angústia que ora é minha, não se vai.

O coração vai desatar os nós, em stand by...

Glória Salles

-Registro na Biblioteca Nacional

-Ministério da Cultura

-E.D.A. —

Glória Salless
Enviado por Glória Salless em 05/07/2018
Código do texto: T6382188
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