Soneto da Sede
Eis minha indômita sede de amar
Mesmo que sua indumentária cresça
eu procuro em tudo que me apareça,
na beira do mar, na sala de estar
Farejo nos becos e nas esquinas
trajando sempre o incognoscível
Passa com seu sorriso incompreensível
a começar o que nunca terminas
Eu ignoro o que não me derruba
que não me soca o corpo com ternura
O que não me rasga do pé à juba
Quero amor sem modéstia e por inteiro
o que nos dói a falta, tal fratura
e nos parece sempre ser primeiro