Soneto III
Inspiradoras musas do além Tejo,
Deem-me uma luz, tirem-me deste brejo;
Fartou estou de rimas pobres, discrepâncias,
Dos versos sem compasso, diletâncias.
Oh musas, vejam o meu desespero;
Meu verso carece de sal, tempero;
Talvez pimenta, cravo, canela em pau;
Quem sabe pode ser menta!!! Mandem um sinal.
Não mandem limões, não sei fazer limonada;
Melhor laranjas-lima, bem açucaradas,
Suculentas, casca firme, encorpadas.
Poeta tosco, poupe-nos a massada;
Pra ti não há socorro, sois um nada;
Não verás jamais tua obra acabada.