Soneto III

Inspiradoras musas do além Tejo,

Deem-me uma luz, tirem-me deste brejo;

Fartou estou de rimas pobres, discrepâncias,

Dos versos sem compasso, diletâncias.

Oh musas, vejam o meu desespero;

Meu verso carece de sal, tempero;

Talvez pimenta, cravo, canela em pau;

Quem sabe pode ser menta!!! Mandem um sinal.

Não mandem limões, não sei fazer limonada;

Melhor laranjas-lima, bem açucaradas,

Suculentas, casca firme, encorpadas.

Poeta tosco, poupe-nos a massada;

Pra ti não há socorro, sois um nada;

Não verás jamais tua obra acabada.

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 08/08/2018
Reeditado em 09/08/2018
Código do texto: T6413470
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.