adeus ao mundo

Neste instante crítico, na magra hora

Da partida, sinto um vazio no crânio

Horripilante tremor instantâneo

Na fronte o beijo da negra senhora.

Impera a noite e não desperta a aurora

Navego dentro de um caixão ebâneo

Num curso gelado e subterrâneo

Rumo ao oceano placentário de outrora.

Invejo a sorte mesquinha de um cão

Roendo ossos na completa escuridão

Vadio, macilento e com olhar terno.

Da barca sombria digo adeus ao mundo

Saúdo a reciclagem do verme imundo

Fecho os olhos e durmo o sono eterno.

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 19/08/2018
Reeditado em 20/02/2019
Código do texto: T6424219
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