Eu, ela e carta

Tantos anos te esperei, carta malvada.

Era angústia e era espera todo dia.

Vinha carteiro, ia carteiro e, todavia

Não chegavas para mim, afortunada.

...Foste embora, tu disseste, inda voltava,

Que te esperasse impaciente, tu virias,

E a esperança, em meu coração morria.

Teu retorno para mim, já não sonhava...

Só a dúvida de momento me assaltava.

E a minha mão, aquela carta queimava.

Então três vezes, bem profundo respirei.

...Durante anos paciente eu te esperei....

Por não saber o que trazia, então queimei

Aquela carta, sem saber do que tratava.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 25/08/2018
Reeditado em 25/08/2018
Código do texto: T6429679
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