Vida nordestina

Engolir o que tem a muito soluçado

Com os recipientes e potes tudo cheios

E por dentro, luxúrias sem freios

Não morrer de sede é seu maior pecado.

A Deus a muito tivera ovacionado

Enquanto os restos de sua criação, jaz no chão

Derrama na terra suas lágrimas, o pobre peão

Que estava no seu paraíso condenado.

Esse jardim da caatinga, é o sertão

Tem uns mato seco, as vezes chove, as vezes não

E um grito que não morre dentro de si,

Que diz: "Venha esperança, e me desatina,

Para eu querer vida nordestina

E não querer distante o sol de ti".