HINO À TARDE (soneto)

Do sol do cerrado, o esplendor em chamas

Na primavera florada, entardecendo o dia

Fecha-se em luz, abre-se em noite bravia

Inclinando no chão o fogo que derramas

Tal a um poema que no horizonte preludia

Compõe o enrubescer em que te recamas

Rematando o céu em douradas auriflamas

Tremulando, num despedir-se em idolatria

Ó tarde de silêncio, ó tarde no entardecer

De segreda, as estrelas primeiras a nascer

Anunciam o mistério da noite aveludada

Trazes ao olhar, a quimera do seu entono

Cedendo à vastidão e à lua o seu trono

Sob o véu de volúpia da escuridão celada

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Outubro de 2018 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/10/2018
Reeditado em 30/10/2019
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