Soneto do esquecido
Já fui esquecido em pleno verão
Me esqueceram também no inverno
Não fui lembrado na letra de uma canção
Nem nas palavras escritas em um velho caderno.
O meu destino, de fato, é ser esquecido
Estranho seria se eu fosse lembrado
Me esquecem quando não sou compreendido
E até mesmo quando estou bem ao lado.
Muito rápido eu caio no esquecimento
A minha lembrança dura tão efêmero momento
Que já me habituei a viver no conformismo.
Mas um dia quem sabe alguém lembre de mim
Para que eu possa então pôr um fim
Nesse tão degradante ostracismo.