Na lua

Acima das estrelas, sobre a lua,

Num sonho de elegíacos clangores,

Coberta apenas, por sutis vapores,

Trajada de inocência quase nua.

Ao som de cem violinos na falua,

Passava a madrugada dos amores.

Minha alma ao recordá-la, bons senhores,

Desmaia, geme, grita, freme e estua.

Porém, da cena, o último momento,

Gravei eternamente ao pensamento,

Aquela face... aquela forma rara.

Depois, longe de mim... de mim distante,

Tentei eternizar aquele instante,

Talhando a cópia em mística Carrara.