Vaguei entre o efêmero pras trevas

Vaguei entre o efêmero pras trevas

No interstício da noite e o dia

Uni o meu corpo com a terra fria

Na via fúnebre que a depressão nos leva

E desta lama vai forjando a cria

A gênese que do Hades se eleva

Transpus-me em versos que descreva

Um macabro culto de antropofagia

Trajando em mim os vermes sob a pele

E o eflúvio pútrido que o miasma expele

E na face o semblante da loucura

Fui da penumbra a macabra horta

Das noites eternas e arvores tortas

E plantei nessas raízes a minha sepultura

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 03/01/2019
Reeditado em 03/01/2019
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