É DOMINGO

Leio um livro, recostada no teu colo,
vem tua mão e acaricia os meus cabelos,
e nas linhas eu me enrolo, há um novo pólo.
São palavras, são ternuras, são apelos.

Insistentes são teus lábios e na bolha,
desse instante, vou seguindo num lampejo.
Largo o livro, pois desisto dessa escolha;
o momento é de ventura e eu te desejo.

Bem mais tarde, repetindo a mesma cena,
eu prossigo na leitura, mas que nada!
Novamente, eu já não posso estar serena;

meus sentidos, já perdi nessa jogada.
Lembro apenas desse amor que vale a pena,
que é domingo, então te beijo abandonada.


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