Lágrimas fatais

Sempre   o   cortinado   na   janela  esvoaça,
quando as dores da saudade afligem o peito;
pois,  o  coração  amargurado  e  contrafeito,
murcha, choramingando, triste então embaça.

Eis, do passado, nas paredes, avantesmas,
os   quais   ecoam   os   risos  agora mortos;
que  outrora foram felizes, mas hoje tortos,
carregados   de   luto  como nas quaresmas.

No quarto não há mais calor, apenas frio,
resto  daquele amor que deixou para trás,
buraco   no   peito   e  lágrimas  como rio.

Lágrima  rola   na   face  e  não  se  desfaz,
porém transforma-se num fremente arrepio,
o  qual,  matar  nossa  alma será bem capaz.
Jair Lopes
Enviado por Jair Lopes em 05/01/2019
Reeditado em 05/01/2019
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