Elegância não se veste
Levem de mim as vestes de Salomão,
Levem as joias e os brilhos de Cleópatra,
Levem o ouro daquele povo hipócrita
E deixem a beleza sem convenção.
Faça de mim um arauto da ignorância,
Levando o velho padrão que me deste
Levem de mim a roupa que me veste,
Digam que o nu é palco da elegância.
E se minha nudez for condenada
E malevolamente castigada
Pela voz antiga e a vista cega,
A elegância que só o corpo carrega
Inda será coisa que meu ser não nega
Nem mudará de opinião por nada.