Elegância não se veste

Levem de mim as vestes de Salomão,

Levem as joias e os brilhos de Cleópatra,

Levem o ouro daquele povo hipócrita

E deixem a beleza sem convenção.

Faça de mim um arauto da ignorância,

Levando o velho padrão que me deste

Levem de mim a roupa que me veste,

Digam que o nu é palco da elegância.

E se minha nudez for condenada

E malevolamente castigada

Pela voz antiga e a vista cega,

A elegância que só o corpo carrega

Inda será coisa que meu ser não nega

Nem mudará de opinião por nada.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 07/01/2019
Código do texto: T6545106
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