Murchou-se o primor da primavera
Murchou-se o primor da primavera
Sepultando o apogeu da natureza
O tempo da inocência e da beleza
Cedeu a decadência de outra era
Não cresce flores nestas profundezas
Não há mais cores em lúgubre cratera
Somente a rocha que nos dilacera
Um campo fértil de novas tristezas
Posto a mortalha em nossa juventude
Verte-se o pranto a sombra da vicissitude
Desponta a saudade dos tempos dourados
Na inevitável via do apodrecimento
Me afeiçoando aos fúnebres monumentos
E clamando a audiência de vis principados