Murchou-se o primor da primavera

Murchou-se o primor da primavera

Sepultando o apogeu da natureza

O tempo da inocência e da beleza

Cedeu a decadência de outra era

Não cresce flores nestas profundezas

Não há mais cores em lúgubre cratera

Somente a rocha que nos dilacera

Um campo fértil de novas tristezas

Posto a mortalha em nossa juventude

Verte-se o pranto a sombra da vicissitude

Desponta a saudade dos tempos dourados

Na inevitável via do apodrecimento

Me afeiçoando aos fúnebres monumentos

E clamando a audiência de vis principados

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 09/01/2019
Reeditado em 09/01/2019
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