Medalhas...

Não quero aquela farda que eu trazia

Num peito aquém de sonhos de ventura.

A noite envolve a luta e a mim jura

Jamais deixar o olhar rever o dia.

Na guerra enfim travada em folha clara,

Palavras versus homens e seus textos,

Venceu quem mais honrou os seus contextos,

A história então expôs a sua cara.

Sobraram corpos, letras, nada mais.

Sequer um ponto em terra afirma vida,

Nenhuma linha traça a despedida,

E assim calou-se o verbo com meus ais.

Trincheiras dão acesso ao meu poema,

Que morto é mais um corpo sem um tema.