Cidade do Abandono
Eu moro na Cidade do Abandono,
Não trago esperança ou vaidade,
Desconheço Amor e felicidade,
Sou Rei deposto sem castelo e trono.
Não tenho guia, mestre ou dono,
Passei na Rua dos Sozinhos a mocidade.
Já adulto, sucumbi à dura realidade...
Eu moro na Cidade do Abandono.
Os becos sem saída são labirintos
Onde me perco e não me acho.
Desta cidade sou algoz e capacho.
Por entre casas vazias eu passo e sinto
O gemer das almas que vagam sem sono.
É...Eu moro na Cidade do Abandono.