Versos do Desespero

Céu vazio, voz vacilante

É minha alma, gritando em pranto

Meu coração que se exaspera tanto

Quanto a áurea vaga de um errante

Sei, há tempos, que me fiz dessa forma

Ser pouco bravio, que até a dor conforma

E enlutado por essa infeliz descoberta

Me enlaço o pescoço, e considero a oferta

Mas traga hoje o meu sutil abrigo

Que sempre expurgou esse vil perigo

E fez sorrisos brotarem da escuridão

Sim, são teus braços a que me refiro

Diante deles que somente prefiro

Este conforto à expiração