SÓ (soneto)

Eu, que o destino pândego impeliu à vida

Moldando-me com forjas de imprecação

Este que de má sorte na criação, nascida

Apenas para ao peito dar dor ao coração...

De flagelo em flagelo tem a poesia ferida

Sem fidelidade no caminho, outra direção

Sangra, rasga, na tranquilidade retorcida

Dos acasos servidos, os sons da solidão

Silêncio nas madrugadas, noites de luto!

Dias embatucados, me vejo em desalinho

Alma acabrunhada, de triste e vago olhar;

E, no horizonte do cerrado árido e bruto

E, talvez há de estar, no sempre: sozinho!

Sem o amor, sem ti, a chorar, a suspirar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

09/04/2019 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/04/2019
Reeditado em 30/10/2019
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