Entre céu e inferno
Na barca de Dante fui marinheiro
Viajando nestes anos hodiernos
Da nau que rumava para o inferno
Fui o mais destemido passageiro.
Combatia demônios no estrangeiro
Encarando forças que não governo
E por saber que o mal não é eterno
Cri na promessa do sono derradeiro.
Pelos pântanos sombrios obscuros
As batalhas desleais e desumanas
Arremessavam-me contra um muro.
E ao procurar pela luz do firmamento
Entre a razão e as tentações mundanas
Fui pro purgatório e caí no esquecimento.