Cyber love
A quem me perguntar da ausência
Direi que estava apenas deletando,
As mágoas e rancores expurgando
Da memória RAM da consciência.
Torrei a placa-mãe da incoerência,
Fiz um backup e fui compactando
Minha vida, e fui desprogramando
Aos poucos meu ser da existência.
O mal moderno que adoece e mata
É o pagamento final desta bravata
De ver a criatura devorar o criador.
Num disquete perdido estava escrito:
Não se troca Deus por um proscrito,
Nem amor de gente por computador.