Sem Trocados
Sem Trocados
Eu nem um puto tenho, sem trocados,
segue-me a vida assim, vou me virando,
um vagabundo nato e um fracassado,
que nos seus trapos versos vai cantando.
Rimas bem pobres, chulas combinando,
com os meus bolsos leves e furados,
e sou bem magro, como, nos feriados,
um andarilho nato sempre andando.
Andos e ados fartos, mal rimados,
em um terceto mando para o inferno,
o mundo todo em jeito muito terno.
Vou me embora agora de vez - ado -.
Pois nesta ilha pouco tenho saco,
vou ser homero longe do buraco.