O escravo

Brumas loucas preenchem a ternura,

como castelos perdidos no vento.

Resquício da vida ou pensamento,

erguendo a bandeira da ventura.

Foi no céu onde escreveu sua dor,

em pinceladas de um louco qualquer…

Nítida figura de uma mulher,

na escravatura, que nos dá amor.

Mas foi a vela de uma nau perdida,

macerando o pobre marinheiro;

Em luta desigual, força rendida.

Nas águas calmas, apenas sendeiro.

As brumas a esconderam… É ferida!

Dessa mulher, que foi seu atoleiro.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 24/09/2007
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