O milagre que não mereço

Porque vivi de ilusões hoje padeço

À sombra do que fui e não sou mais

Meus gritos abafados e meus ais

E a sina de um eterno recomeço.

Ser passageiro foi meu preço!

Viver sem porto, sem norte, sem cais,

Se Deus me ouvisse pediria: - Paz!

Mas, deste ouvinte também careço.

Tive nas mãos a chance derradeira

Mas meu coração de pedra, de geleira,

Atirou no lixo o único amor sincero.

Pela estupidez minha visão foi distorcida,

Cogito encontrar o amor em outra vida,

Pois não mereço o milagre que’inda espero.

marcelo ferraz
Enviado por marcelo ferraz em 26/09/2007
Código do texto: T669153
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