CURVA DO RIO

Desviando das flechas sem destino

Que sussurram... efêmeras pelo ar,

No vai e vem de lucidez e desatino

A noite é nó, laços, a me amarrar.

Nos findos goles já no alvor matutino

Um frio sedento em minh'alma está,

E neste mundo surdo que arde ferino

Um lapso surge... em meu caminhar.

Dizem que após os azulados montes

Existem as mais puras e belas fontes

Espelhos d'água que desce... gentil

E nas aflições corroídas dessa vida

Anseio um repouso nest'alma abatida

Nas curvas mansas de um sereno rio.

Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 30/07/2019
Reeditado em 30/07/2019
Código do texto: T6708394
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