Soneto $%&*#

Os derradeiros quatorze versos

Que escrevo, para desdém do mundo

Encontram-se, agora, quase submersos

Em um fétido pântano imundo

Doces poetas que erram as rimas

Quiçá quando delas não abrem mão!...

Se regozijam das obras-primas

Que são tudo, mas soneto não!

E então me pergunto: como pode

Chamar de soneto até prosa, ode?

Transformar em tora esse graveto?!

Permitam-se prosa, uma elegia!

Mas não acabem com a poesia

Matando, dessa forma, o soneto!

Márcio Ribeiro
Enviado por Márcio Ribeiro em 27/09/2007
Reeditado em 08/10/2007
Código do texto: T671004