Soneto $%&*#
Os derradeiros quatorze versos
Que escrevo, para desdém do mundo
Encontram-se, agora, quase submersos
Em um fétido pântano imundo
Doces poetas que erram as rimas
Quiçá quando delas não abrem mão!...
Se regozijam das obras-primas
Que são tudo, mas soneto não!
E então me pergunto: como pode
Chamar de soneto até prosa, ode?
Transformar em tora esse graveto?!
Permitam-se prosa, uma elegia!
Mas não acabem com a poesia
Matando, dessa forma, o soneto!