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Quem me roubou da vida a alegria,

Os sonhos que sonhei na infância,

O perfume terno de melhor fragrância,

Tudo que consagrei e que virou orgia?

Quem me tirou dos olhos a calmaria,

A paz que o tempo transformou em ânsia,

Meu espírito tosco, seco e sem constância,

E o melhor de mim que vi morrer um dia?

Quem foi meu Caim, meu Herodes,

Tornou meu vinho em água e me quis mudo?

Aproveita, ri de mim enquanto podes...

Pois que tua hora é vinda e teu pecado

É não ter sofrido nesta vida e, por tudo,

Não saber o gosto bom que é ser amado!

marcelo ferraz
Enviado por marcelo ferraz em 28/09/2007
Reeditado em 28/09/2007
Código do texto: T672227
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