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Quem me roubou da vida a alegria,
Os sonhos que sonhei na infância,
O perfume terno de melhor fragrância,
Tudo que consagrei e que virou orgia?
Quem me tirou dos olhos a calmaria,
A paz que o tempo transformou em ânsia,
Meu espírito tosco, seco e sem constância,
E o melhor de mim que vi morrer um dia?
Quem foi meu Caim, meu Herodes,
Tornou meu vinho em água e me quis mudo?
Aproveita, ri de mim enquanto podes...
Pois que tua hora é vinda e teu pecado
É não ter sofrido nesta vida e, por tudo,
Não saber o gosto bom que é ser amado!