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TELURISMO
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Nasci em chão adusto, mas hospitaleiro,
e, felizmente, à terra sou reconhecido;
assim, amo o torrão, lá onde vi primeiro
o céu, o sol, as várzeas em que fui nutrido.
 

Urge meu telurismo, muito verdadeiro,
e habita-me no peito sempre enternecido.
Já sentimento forte do qual sou herdeiro,
flui telurismo célere e demais renhido.
 

Que chã e quão fecunda a gleba nordestina,
a despeito da seca e longas estiadas,
quando gados e flora finam-se à campina!
 

Porém, montês que sou, e pela mão celeste,
jamais sofri ou vi de estios as pancadas,
porque nascido num oásis do Nordeste.
 

Fort., 11/09/2019.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 12/09/2019
Código do texto: T6743024
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