Soneto De Uma Alma Madura
Eu sonhava contigo, meu amor
Com carinho, volúpia, intensidade...
Num porvir alegríssimo, sem dor,
Sob o véu tão mágico da caridade.
E não deste nenhum crédito à flor
Que sonhava demais na mocidade
Com o teu corpo de anjo e seu calor
Que me levava sempre à eternidade.
Então, negaste meu afeto ledo,
Meu colo, meu regaço, meu rochedo,
Sumindo entre as travessas da cidade.
Ainda assim meu peito a ti deságua
Um agradecimento sem a mágoa
De não ter me roubado a virgindade.