Sou um filho das sombras, da tenebrosidade

Sou um filho das sombras, da tenebrosidade

Sigo entre os corredores de sepulturas

Anátema com uma vocação para a desventura

Os anos só prolongam a minha infelicidade

Tal um corvo espalho meu agouro pela cidade

Desagradável presença, aspecto da loucura

Meu lamento é oculto nas vielas escuras

Da capital não se vê meu rancor e animosidade

Declarado inimigo da luz do dia

Odioso é o canto alegre da cotovia

Eu resido nos escuros subterrâneos

É o desabafo de quem habita a sete palmos

Que prefere ouvir o mais tristes dos salmos

Do que ceder a um riso momentâneo

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 14/10/2019
Reeditado em 20/10/2019
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