Chão de Ilhéus

Eu antes, sorridente como os céus

em dia azul, em noite de esperança,

beijava-te os cabelos; nossa dança

seguia gravurando o chão de Ilhéus.

Eu hoje, sem ter mais os passos teus

entrelaçando os meus, eu sem festança,

embrulho-me em setembro - uma criança

cantando solidão à luz, ao léu.

E tu, de onde tu estás, queres poesia,

como se houvesse em mim certa alegria

ainda viva, a ponto de brotar

um ramo de metáfora tão doce

que, ao te dizer, considerado fosse

um verso meu pra te fazer dançar.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 14/12/2019
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