Santa

Amei-te. Era Setembro, uma metade.

E o ano apontava a tão distante fim.

Do teu prazer provei, bebi teu vinho

e inebriei-me de tua vontade.

Mulher! O céu à tua claridade

veio pedir licença para, assim,

deixar-se aportilhar ao sol e, sim,

tocar-te a pele, o prisma, a sumidade.

E te arrancou, qual pétala escolhida

às mãos do vento, linda, possuída

de tal doçura e de leveza tanta,

que ao despertar te quis, busquei teu corpo,

mas a manhã dizia-me de um sopro:

foi tua o quanto pôde, agora é santa.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 19/12/2019
Reeditado em 19/12/2019
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