SONETO DA ADMISSÃO (p/Giullia)

Sou indigno, amor, eu sou indigno.

Não mereço ao seu meio pertencer.

Se me permites olhar mais fidedigno:

É uma honra o fato de por ti sofrer.

Sou tão ínfimo, amor, eu sou tão ínfimo.

Pequenino: não te posso apetecer.

Admito em meu examinar mais íntimo,

Que é um privilégio estar a te perder.

Diminuto, amada, eu sou tão diminuto.

Quem acreditou em nós, foi abstruso;

Nem a pedra de Davi me salvaria.

Diante do seu domínio absoluto,

Meu poder cai em letárgico desuso;

Nem fazendo guerra a ti mereceria.

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 26/12/2019
Reeditado em 26/12/2019
Código do texto: T6827029
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.