Cópia Safira

Todo amor que se vai é um céu de mentira;

Como se construísse ilusões de regato

e depois as secasse, e depois, por ingrato,

debochasse pungindo: "Essa gente delira!"

Todo amor quando acaba, há quem negue este fato,

há quem morra em seguida ou o enlute com ira,

É um caos, uma cruz, uma cópia safira,

É um quase sorriso enganando o retrato.

O poeta eu não sei se lastima ou se aplaude

a lamúria da gente, o amor diluindo;

ou se anela um maior sentimento, debalde.

É um céu de mentira, é um caos, uma cruz

todo amor que vai triste, após doce ter vindo.

E o poeta investiga um vestígio de luz.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 02/01/2020
Reeditado em 08/07/2021
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