A Morte e o Paradoxo do Amor

A minha alma é triste porque amo, e este amor

Lúgubre em excesso pelo qual eu lamento,

Como o vento, me traz o resplendor do alento

E torna meu silêncio belo e encantador.

Sim, pois embora trágico seja o amargor

Que brota deste lindo e feio sentimento,

Lembranças doces de um incorpóreo momento

Cessam, por um momento, a dor interior:

A música da morte já não é sombria

Quanto soara tanto para mim um dia

Em noites infindáveis de alegre ventura;

Agora ecoa sobre mim terna e suave,

E não há mais, na fria solidão, entrave

Para o último sussurro de minha loucura!

Renan Caíque
Enviado por Renan Caíque em 04/01/2020
Código do texto: T6834480
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