Natureza Morta
Uma cesta de frutas sobre a mesa,
Outro verso esquecido pela rua.
Quero a sombra da musa agora nua
Qual aquela paisagem tão ilesa.
Não esboço o meu traço pela tela,
Nem sequer pinto a morte poesia.
Sou, talvez, a manhã que tarda o dia,
Mero passo atracado na janela.
Cada letra que atende ao meu ensejo,
Vai de encontro a um passado sem sabor.
Porta a porta a seguir em meio a dor,
Veste a pele ora escrita em seu desejo,
Sonha em ter outra estrofe sem destino,
Mesa e sonho estampado em tom salino.