NOITES CÁLIDAS

Ó noites! Cálidas noites!

Perdido na escuridão – sem lume

Ó noites de murmúrios, gemidos e açoites!

Painéis cotidianos que vislumbro

Ó noites de enigmáticos segredos,

Cujos mistérios o negro véu lhes cobre

Braços ligeiros; entrelaçar de dedos

Ondulação de espectros que a relva acode.

Gritos das aves de agouro: sons noturnos

Almas que bailam pelo infortúnio e dor

As tristes valsas de vai e vem soturnos

Noites serenas nos matagais brejeiros

Vultos de corpos sob o luar, perdidos!

Braços que se cruzam em gestos traiçoeiros.

Paulo Tavares
Enviado por Paulo Tavares em 09/01/2020
Código do texto: T6838223
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.