Senhor W

Quero dizer, quem dera se o poema

do lábio teu fluísse livre e hábil,

mas ele agride e explode, com teu lábio,

Tímpanos, cócleas num só vil fonema.

Tu és da aférese em dilema um lema;

Ruído só, um dó, um tíbio sábio.

Ou diz melhor, tal qual o Senhor W

- que são dois Vês soprados de um morfema.

Poeta, escuta! O verso bate e toa,

batuca e toca, tine, canta o raro

sem precisar suar, soar sem ar.

Faz para o mundo - faz que é muito boa! -

Poesia opípara, entoando claro,

sem clausurar a prolação soar.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 13/01/2020
Reeditado em 05/12/2020
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